domingo, 21 de agosto de 2011

Instalação- Devora-me

Título da Proposta: Devora-me



Texto Conceitual:

Vivemos em um mundo capitalista globalizado que constrói seres individuais, alegamos não ter tempo para refletir sobre tudo que nos cerca, incluindo outros seres vivos e humanos.

A artificialidade se torna presente em nossos relacionamentos e nossos sonhos, quando não paramos para pensar o que somos e quem somos.

A filosofia nasceu justamente para refletirmos sobre coisas de nosso cotidiano, assuntos aparentemente banais tais como: Morte, Vida, o Bem e o Mal.

Através do mundo virtual, uma tela de computador omite muitas coisas sobre nós mesmos, cultiva nosso ego e nos transforma em seres individualistas, com falta de tempo para questionar, refletir, investigar ou simplesmente conversarmos sobre assuntos corriqueiros de nosso dia-a-dia.

Ocupa nossa mente e nosso tempo, preferimos ver o sol se pondo na tela de nosso computador, ao invés de presenciarmos esse fenômeno tal belo que a natureza nos possibilita contemplar.

O próprio sistema faz com que não tenhamos tempo, Essa “ falta de tempo” justifica não pensarmos por exemplo, de como um frango chega em nossos pratos? Qual é a vida de um animal até adentrar nossas entranhas?

A vida sempre consistiu em nascermos, crescermos e multiplicarmos? Se a resposta para questão for sim, realmente pensamos de maneira artificial e limitada, não conhecendo o minimo de que deveríamos conhecer sobre nós mesmos.

“Nós somos sepulturas vivas de bestas assassinadas, abatidas para satisfazer nossos apetites. Como podemos esperar neste mundo, a paz de que tanto ansiamos? George Bernard Shaw.


Você já parou para pensar qual é a trajetória de um frango até chegar à sua mesa? Vivemos em um mundo conturbado onde não sobra tempo para determinadas coisas, entre elas pensar como os alimentos são preparados ou criados antes de matarmos a nossa fome.

Segundo o vídeo a carne é fraca, que se trata de um documentário e esta postado no site youtube , estima-se que a população de frangos em nosso estado ultrapasse os 16 milhões, sendo que a população de humanos não ultrapassa os 6milhões.

Antes dos frangos serem abatidos, são colocados em caixas de plásticos com pouco espaço, tendo assim uma vida triste e rápida, todos nascem em uma chocadeiras artificiais e aos milhares, quando nascem são selecionados, como se fossem meramente um produto, os animais que não servem acabam indo para uma caçamba de lixo.

Para evitar o canabalismo entre os frangos, os pintinhos selecionados têm o bico cortado processo denominado debicagem.

As Galinhas vivem espremidas numa gaiola do tamanho delas. As luzes ficam acesas até 18 horas por dia assim elas não dormem e comem mais (isso acontece principalmente com as que produzem ovos). Os bicos cortados evitam escolher qual parte da ração querem comer caso contrário, ciscariam apenas os grãos de seu agrado e deixariam de lado alimentos que servem para que engordem rápido.

A morte e rápida. As galinhas ficam presas numa esteira rolante que passa sob um eletrodo. O choque desacorda a ave e, em seguida, uma lâmina corta seu pescoço. O esquema é industrial. Hoje, nos Estados Unidos, são abatidas, em um dia, tantas aves quanto a indústria levava um ano para matar em 1930. Nas granjas de ovos, pintinhos machos são sacrificados numa espécie de liquidificador gigante.

São colocados antibióticos nas rações, e hormônios para a aceleração do crescimento e produção de ovos.

Antigamente para um frango ser abatido levava cerca de 65 dias, hoje em dia esse processo não passa dos 28dias.

.O consumismo rege o mundo de hoje e serve de combustível para o capitalismo.

Parece ser obvio pensar que comemos um cadáver, mas é isso mesmo que se trata, um frango não passa de um cadáver.

Aos término dos seus 28 dias, o frango caminha para o seu fim, são colocados em caixas onde se quer podem respirar e transportados para os frigoríficos, muitos acabam morrendo antes mesmo de chegar aos frigoríficos.

Deveríamos considerar que o frango e outros animais são seres vivos, questionar até onde precisamos manter o consumismo desses animais de maneira exagerada.

Não buscamos informações se a carne de frango produzidas nos moldes de hoje, trazem mais benefícios ou malefícios para a nossa saúde.

Cientificamente é comprovado que a pele do frango não se deve ser comida por conta de conter gorduras que trazem mal ao nosso organismo.

Até onde vamos ingerir alimentos que futuramente trarão algum mal ao nosso organismo?

Não devemos comer alimentos simplesmente porque determinadas pessoas dizem ser bons, pessoas sem informações são pessoas manipuladas.

O consumismo nos cega de maneira muito sutil, os próprios mascotes de frigoríficos ou empresas de alimentos acabam sendo animais felizes.

Os temas mais falados em nossos dias são: fome, problemas ambientais e aquecimento global, a maior parte desses problemas poderiam ser evitados se consumíssemos menos carne.

Todos os dias são derrubados inúmeros quilômetros de mata nativa para a criação de pastos e granjas.

Hoje no mundo existem mais animais do que homens, para onde vão os cereais que produzimos? Grande parte vão para alimentar esses animais, que futuramente matarão a fome de somente uma parcela do planeta.

Se consumíssemos menos, mataríamos a fome de todos os habitantes do nosso planeta.

Fotos da instalação Devora-me, que fez parte da exposição Experimentus II e no  IV Absinto abstrato, que ocorreu na Biero em Setembro de 2010.



























Experimentus 2010 foi a nossa primeira exposição, fazendo parte da disciplina de produção cultural não formal III, o resultado superou todas as nossas expectativas, o meu trabalho tem como título "Devora-me", consistindo em uma Instalação, um Vídeo com imagens do documentário Atave e uma performance.






Estou muito satisfeito, a repercussão está sendo muito boa.





O objetivo não foi pregar o vegetarianismo, mas sim tentar discutir a falta de tempo que dizemos ter para refletir sobre determinadas coisas, entre elas de como nos alimentamos.





Tínhamos que basear o trabalho em algum filósofo, decidi me basear em Bernard Shaw, me inspirei no seguinte pensamento.. "Nós somos sepulturas vivas de bestas assassinadas, abatidas para satisfazer nossos apetites. Como podemos esperar neste mundo, a paz de que tanto ansiamos?" - George Bernard Shaw (Living Graves, published 1951

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