Foi um marco importante na Arte Brasileira, era o momento de inovar e de dizer não ao academicismo, era também uma forma de experimentar o que o velho mundo estava vivendo nos campos da arte, moda, literatura, decoração e arquitetura.
Antecedentes da Semana
São Paulo estava em expansão, o desenvolvimento industrial impulsionava novas mudanças.
"A literatura, que tinha maior penetração social do que as artes plásticas, ja evidenciava renovação com as obras: 'Os Sertões" de Euclides da Cunha esta entre elas.
Nas artes visuais, alguns acontecimentos representavam indícios da renovação que estaria por vir.
Em 1913 o artista lituano Lasar Segal fez uma exposição em São Paulo, que causara um certo impacto.
Em 1914, Anita Malfatti expôs suas obras em São Paulo quando voltou da Europa, as telas dessa exposição também tinham características expressionistas assim como as telas vistas na exposição de Segal.
Em 1916 Emiliano Cavanlcanti realizou uma exposição no salão dos humoristas no Rio de Janeiro, mostrando obras influenciadas pelo romantismo.
Mas o evento que realmente se destacou foi a exposição de Anita Malfatii em 1917.
A exposição gerou reações negativas no público, Monteiro Lobato se viu muito incomodado diante das obras expostas, o autor chegou a escrever artigos criticando a artista e suas obras.
Algumas obras que haviam sido vendidas, foram devolvidas logo após a publicação desse
artigo. Mas alguns artistas defenderam a artista, entre eles estavam Oswald de Andrade, Di Cavalcantti e Mário de Andrade."
Abaixo podemos conferir a obra intitulada " Uma estudante" de Anita Malfatti.
" Uma estudante" de Anita Malfatti.
Outro fator que antecede a Semana é a descoberta do escultor paulista Victor Brecheret. (1884- 1955). Brecheret montou seu ateliê em São Paulo, onde foi descoberto pelos modernistas Hélio Seelinger, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia em 1920.
O artista produziu esculturas belíssimas, muitas delas se encontrar no acervo da Pinacoteca de São Paulo, abaixo podemos conferir a obra intitulada "Eva", que foi produzida entre os anos de 1919-20.
O Monumento às Bandeiras – chamada popularmente de “deixa que eu empurro” –, no Parque do Ibirapuera, foi projetada por nada mais nada menos do que Victor Brecheret, abaixo podemos conferir esse trabalho belíssimo e ricos em detalhes:
A Semana
Muitos estudiosos da arte dizem que a semana de Arte Moderna, teria surgido a partir de uma conversa entre Di Cavalcanti e o mecenas Paulo Prado e sua esposa Marinette. O objetivo era chocar, abalar as estruturas burguesas, há artistas que após o evento nem sequer continuam a carreira, o que realmente importava era inovar.
Constavam no programa
Música- Villa-Lobos, Guiomar Novais, Paulina d' Ambrosio, Ernani Braga, Alfredo Gomes, Frutuoso Viana e Lucília Villa-Lobos.
Literatura- Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Elysio de Carvalho, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Renato de Almeida, Luiz Aranha, Ribeiro Couto, Deabreu, Agenor Barbosa, Rodrigues de Almeida, Afonso Schimidt, Sérgio Milliet, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.
Escultura- Victor Brechert, Hildegardo Leão Veloso e Wilhelm Haerberg.
Acima podemos conferir a capa do programa da Semana de Arte Moderna, de Emiliano di Calvancanti.
A semana aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, em 13, 15 e 17 de Fevereiro, com conferência e leituras, além de apresentações musicais, em meio a vaias, uivos e latidos da platéia. No saguão estavam expostas pinturas, esculturas e projetos arquitetônicos.
Análise de algumas obras de artistas participantes da Semana de 22
Lasar Segall
Foi pintor, desenhista e gravador. Suas obras caracterizavam na maioria das vezes como expressionista, com temáticas voltadas para velhos leitores do Talmude, camponeses e mendigos, indigentes e crianças, retratos de parentes e auto-retratos.
Em suas pinturas, o corpo humano é deformado. Em 1923 radicou-se no Brasil e começou a produzir obras de temática brasileira: mulatas com filhos no colo, marinheiros, prostitutas, favelas e bananeiras.
Ao lado, podemos conferir a obra intitulada: "Bananal", que se encontra na Pinacoteca de São Paulo, essa obra compõe a série de pinturas de temática brasileira realizadas por esse autor a partir de 1925.
Anita Malfatti
Era paulista, cursou a Academia de Belas-Artes de Berlin e foi depois a Paris. Lá, entrou em contato com obras impressionistas e pós-impressionistas. Depois, foi aos Estados Unidos, fixando-se em Nova Yorque, onde conheceu o cubista Juan Gris e Marcel Duchamp. Em suas pinturas, podemos ver algumas características presentes nas vanguardas européias que rompem com a tradição. Em " A boba", de 1916, vemos a deformação do rosto e o tratamento do fundo igual ao dado à figura, essa obra podemos conferir ao lado.
A artista foi para a Europa para afeiçoar a pintura acadêmica, inclusive essa viagem teve o patriocínio de um tio da artista, quando voltou para o Brasil e expôs seus trabalhos, um misto de sentimento tomou conta do público, a maioria olhava com desagrado e um olhar polêmico para os trabalhos.
Emiliano di Cavalcanti
Foi influenciado pelo Romantismo do fim do século e depois pelo expressionismo, retratando temas como a guerra e a solidão. Morou em Paris, onde conheceu os poetas Jean Cocteau e Blaise Cendrars; os pintores Picasso Léger, Braque e Matisse; além do compositor Satie. Era um pintor de temática nacional, em especial das coisas do Rio de Janeiro, recebeu também grande influência de Picasso e retratou mulatas, negros e carnavais.
Ao lado podemos conferir uma imagem da obra intitulada: " Mangue".
O tons terrosos caracterizam o trabalho, ainda não sei por qual motivo o artista tenha dado esse nome ao trabalho.
Vicente do Rego Monteiro
Nasceu em Recife e recebeu influência do Futurismo, do Cubismo, da estampa japonesa, da arte
negra, da Escola de Paris, do nosso barroco e sobretudo da ate do ameríndio da ilha de Mrajó.
Morou em Paris, onde se destacou como pintor.
Abordou com insistência os temas nacionais, em especial as lendas indígenas. As características de suas obras são a plasticidade, a sensação volumétrica que se desprende dos planos, a textura quase imaterial e o forte desenhos esquematizado.
Ao lado podemos conferir uma imagem da obra do artista intitulada : A crucificação, produzida pelo artista em 1941.
Confira:
Fonte das Imagens
http://blogs.estadao.com.br/edison-veiga/2010/08/10/quantas-obras-de-victor-brecheret-ha-em-espacos-publicos-paulistanos/dison-veiga/2010/08/10/quantas-obras-de-victor-brecheret-ha-em-espacos-publicos-paulistanos/
Acesso- 13/01/2011
Texto como Referência- Material didático- Sistema de Ensino - Energia.
Adorei os videos, principalmente o de São Paulo....Parabéns...
ResponderExcluirAna Silva
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